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Casa da Ju

Um blog sobre DIY, Costura, Livros, Filmes e mim…

Casa da Ju

Um blog sobre DIY, Costura, Livros, Filmes e mim…


Gostava de voltar a respirar normalmente... deixar de ter 1 nariz que mais parece 1 torneira e voltar a ter a minha voz normal... A sério que gostava mesmo!!...


Estou em contagem decrescente para Amsterdão. Vamos na 4ªf e vamos deixar os G's com os meus pais. Vão ser 4 dias inteirinhos sem nós... e eu já estou com saudades...
Mas vai ser bom. Vai ser muito bom... Eu e o F. precisamos assim de 1 fds só para nós e num sítio diferente... e eu já não vou a Amsterdão há 1s anos... e Amsterdão é daquelas cidades onde é impossível não nos divertirmos.
Precisamos de sair para beber 1 copo, coisas assim... que agora nunca fazemos.
No limite quando a minha irmã nos faz 1 noite de babysitting vamos jantar fora perto de casa, ao Guincho ou coisa assim... Esses jantares são bons, sabem-nos bem... mas são sempre em restauarantes simpáticos onde os mais novos somos nós... não são noites de grande animação... e Amsterdão vai ser isso... Ainda por cima vamos apanhar o aniversário da raínha e ao que parece a cidade fica em festa... por isso as xpectativas são muitas e acho que vai ser óptimo...
mas as saudades deles já cá estão...


até porque até irmos não vou ter mãos a medir... tenho 1 projecto novo em mãos, daqueles com prazos apertados... e quando regressar não sei se vou ter tempo para dormir... mas logo veremos.
Acho que este projecto vai ser daqueles bem giros... o que me leva a interrogar como passando eu uma boa parte do meu tempo a lamentar-me com a quantidade de trabalho que tenho, fico logo entusiasmada com 1 coisa nova que aparece e que sei que me vai enfiar novamente em grandes picos de trabalho ou me aborreço logo com algum projecto que entre em stand by...
Será que estou a virar workaholic?? Será que já sou? Porque vejo eu os mails todos os dias antes de dormir e os vejo mal me levanto?
Acho que vou ter que repensar algumas coisas nesta minha vida... e talvez a minha relação com o trabalho seja uma delas...


que saudades...


Em Novembro de 2007 entregámos os papéis para adopção...

Fomos aprovados como candidatos em Fevereiro de 2008...

Fomos contactados para sermos pais dos G's em Julho de 2008...

Vieram para a casa deles em Agosto de 2008...

Hoje... 16 de Abril de 2009... fomos à audiência com o juíz para sermos oficialmente pais dos G's...


É bom formalizar uma coisa que já sentimos...

Hoje foi pois... um grande dia!!

Ainda o tema da adopção... e a respeito de uma mensagem que recebi que me fez ficar a pensar (enquanto devoro umas bolinhas de chocolate com avelãs :)...) no respeito que temos que ter pelas opiniões de todos os outros...

Eu respeito as opiniões de todos. Acho que se alguém quer adoptar 1 criança e essa criança tem que ser 1 bebé recém-nascido tudo bem. Acho que se alguém não quer adoptar 1 criança de cor tudo bem. Acho que as pessoas indicam as características/requisitos (expressão horrorosa e que não devia utilizar...) que querem e pronto.

Agora o que também acho é que temos que chamar as coisas pelos nomes... E se alguém não adopta 1 criança de cor... isso é discriminação, certo? Racismo, certo?... As pessoas coloquem os requisitos que quiserem mas vivam com eles. Tenham noção de que o discurso que têm de que não estão preparados para gerir a diferença, de que a família não vai aceitar, que não sei o quê... pode ser legítimo até porque é a verdade (se bem que há muitas verdades que não são legítimas...), mas não apaga o facto de ter 1 preconceito forte por trás...

Nós colocámos algumas restrições no nosso processo. Não foram fáceis essas restrições...
Não colocámos a da cor. Para nós era 1 disparate colocar essa restrição (não é disparate... é mais como dizem os ingleses: nonsense, sem sentido). A assistente social quando falámos da questão da cor e eu lhe disse que não seria capaz de colocar essa restrição disse-nos: mas vcs não podem tomar as vossas decisões a pensar no que os outros podem dizer, não podem estar preocupados de ser acusados de racismo ou coisa assim... e eu respondi-lhe: eu não estou preocupada com o que os outros vão pensar de mim. Eu preocupo-me sim com o que eu vou pensar de mim... Porque é com a minha decisão que eu vou ter que viver...

E por isso vos digo que não foram fáceis as nossas restrições... Com que direito disse que não a crianças apenas porque já tinham cresido um pouco? Com que direito?...
Faria igual hoje? Talvez não...

Mas vivo com a minha escolha todos os dias... e não arranjo nenhuma desculpa simpática para justificar o que fiz. As coisas têm que ser chamadas pelos nomes... por muito que custe e doe percebermos muitas vezes que não somos assim tão perfeitos...


Vejam, vejam...
http://missaocrianca.blogs.sapo.pt/

No próximo dia 15 de Abril vai ser discutido na Assemblia da República a criação de um dia nacional da adopção. O objectivo é que o dia seja um motivo para discussão e reflexão sobre o tema...

De entre todas as coisas necessárias para que o processo se torne mais célere e sobretudo para que não existam crianças "encalhadas" em instituições apenas porque os serviços da SS apresentam muitas ineficiências (não funcionamento da base de dados nacional, etc...) penso que também seria interessante fazer 1s acções de sensibilização junto dos juízes... Afinal, não são eles muitas vezes que apesar da demonstrada incapacidade das famílias biológicas decidem contra a adopção e a favor da manutenção do vínculo à família biológica, deixando as crianças anos a fio em instituições? Será que uns dias de trabalho voluntário numa instituição não lhes mudaria o mindset? Porque não?

os G's estão a caminho da casa dos avós... onde vão ficar até sábado... e eu estou no trabalho e não saí a tempo de me despedir deles...
porque é que já estou com tantas, tantas saudades? como é que eu deixei que acontecesse não ir lá dizer adeus e dar uns beijinhos??...

sinto-me pequenina...
Ainda no tema dos bebés e de como eles crescem na barriga das sras...

No próximo fds vamos ter a festinha de aniversário do T. que está quase a ter uma mana, a M.. E então aproveitámos a oportunidade para explicar que a barriga da A. estava grande porque a M. ainda estava lá dentro.

Dps de respondermos a mtas perguntas("posso ver?"; "não, não podes,...";"pq?"; "pq ainda está lá dentro e é mt pequenina";"se abrirmos a barriga ela cai para o chão?"; etc...) lá conseguimos explicar que eles não estiveram na barriga da mamã. Que estiveram na barriga de outra sra e dps foram para o Refúgio... nesta altura está 1 com um ar mt, mt sério... e o outro diz: "Eu estava a chorar e queria que vocês viessem e dps vocês foram lá buscar..." (frase que terminou num sorriso tímido e abraço ao pai...).

Como é que eles tão pequenos, sem saberem o que era ter pai e mãe conseguem verbalizar a tristeza deles de uma forma assim tão simples: eu estava triste e agora não??...

Os G´s vão começar agora 1 trabalho na escolinha sobre a história deles... Começa por levar umas fotografias deles em bebés ( que não temos...) e responder a umas perguntas sobre eles quando eram bebés (1ª palavra e coisas assim... que também não sabemos)...

Estavamos a procurar fotos deles no PC do tempo em que estiveram na instituição para eles levarem para a escola. Não temos fotos de bebés mas temos fotos de quando eram bem mais pequeninos...

Eles apercebem-se do que estamos a fazer e ficam com vontade de ver. 1 com 1 ar curioso e o outro com 1 ar sério... começamos a passar as mensagens habituais... que só voltamos à instituição para visitar os amigos que eles lá têm e apenas se eles quiserem. Que a nossa casa é aquela. Que a nossa família é aquela.

Entretanto surge 1 foto do Gu a espreitar por 1 janela. E pergunto eu: "Gu, o que estavas tu a espreitar?". Responde o Gui: "Estava a ver se o papá vinha..."

É claro que naquela foto ele não estava à espera de ninguém. Estava a espreitar qualquer coisa com curiosidade...

Mas como é que ele conseguiu, com apenas 4 anos, verbalizar algo tão intenso? Afinal é assim que ele sente, não? Que estava à espera...

Não posso deixar de sentir que lhe falhei... que devia ter ido mais cedo...

Quantas crianças não estão também à espera nas mesmas circunstâncias? Quantas?...



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