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Casa da Ju

Um blog sobre DIY, Costura, Livros, Filmes e mim…

Casa da Ju

Um blog sobre DIY, Costura, Livros, Filmes e mim…

Os G's têm 12 anos. Começam a ter liberdade. Liberdade de movimentos. Andar de bicicleta por aqui. Irem ter com os amigos á vontade deles. Estudar sem que lhes tenhamos que dizer a toda a hora. Faz parte do crescimento.

Então, qual é o problema? O problema é que temos entregue alguma da liberdade na expectativa de ver a responsabilidade. E esta ainda é muito ténue. Como fazer para que cresça? Para que se desenvolva? Sem parecermos um disco partido, que acaba todas as conversas com um sermão? Porque sinto isso. Sinto mesmo isso. Que estou chata. Eles também acham. Reclamo muito. Reclamo muito das mesmas coisas. Como fazer para não ser esta chata? Não gosto de me ouvir...

Dúvidas, dúvidas...

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Fim de semana de loucos.

1 dos G's em Espanha, a sul, num torneio. A outra cria connosco de fim de semana.

Sábado manhã ir ao mercado, deixar Miró, o cão, em casa da mana amiga, assistir a 5 min de jogo da cria, rumar ao Alentejo, almoço em Sines, tarde na casa do Almograve. Jardinar, ver o mar. Como é bom. Como é bom.

Jantar fora. Ver a trilogia dos 3Fs cumprir-se. Dormir. Sem ruídos. Só pássaros a arrulhar no beiral. 

Levantar cedo, rumar a Espanha, ao sul. Ver jogos de futebol. Pais um pouco doentes com aquilo. Não dá para aligeirar? Às vezes os miúdos perdem, sabiam? Nem sempre jogam bem, raios! É assim! Acabam por ganhar o torneio. Ele não jogou na final. Outros não jogaram na final. O jogo estava a correr bem e acabou por não entrar. Ganharam. Ficou contente com a vitória. Notava-se nos olhos a tristeza de não ter jogado. Eu? Vontade de partir os dentes ao treinador. O que temos nós que nos transformamos quando os vimos tristes? Sei que isto é uma experência, uma aprendizagem de vida. Racionalmente sei isso. Mas o tanas. O raio que os parta. Ficou triste e isso eu não quero ver. Sentimos como se fosse na nossa pele. Ainda hoje me surpreendo com isso. A maternidade é isso, não é? Sim, eu sei. Não é só isso. Mas também.

Regressar. Chegar a casa muito tarde. Muito cansaço. E a semana ainda não vai a meio.

Tenho que fazer exercício. Arghhh. Arranjar tempo....

 

Há dias em que o meu dia é isto. Juggling.

Manter as bolas no ar só para garantir que nenhuma cai.

Acordar. Motivar crias para sair da cama. Levar escola. Chegar emprego. Trânsito. Maquilhar na casa de banho do escritório. Reuniões. Conf calls. Comer (proteínas + salada, yeahhh). Sair a correr. Dar 1 aula. Ficar satisfeita com o resultado, turma, sentir-me bem. Ir ao treino de uma das crias. Esperar. Jogar candy crush. Responder a uns e-mails no telefone. Trânsito. Conversa com a canalha no carro (tão bom ver a interacção de uns com outros). Entregar os 2 amigos aos respectivos pais na bomba. Chegar a casa. Motivar cria para o banho. Gerir trabalhos de casa. Conversa difícil com a outra cria. Tema preguiça. Miúdos cama. Tarde. Pouca conversa rapaz grande da casa. Mimos ao cão. Vegetar no sofá. Sentir-me cansada. Um pouco vazia. O que foi isto? Amanhã igual?

Não, please. 

... E como sobreviver a ela?

Há dias em que só me apetece metê-los fora de casa e dizer-lhes para voltar aos dezoito...

Temos revirar de olhos, dahhhs, subir as escadas a bater os pés, etc... (este não é um daqueles blogs de maternidade cor-de-rosa). Desafios constantes.

Any help, desse lado?

Please! I need it!!

Cá em casa a hora do estudo, dos trabalhos de casa não é normalmente fácil. Há falta de vontade, falta de ânimo e num dos casos há preparação insuficiente de anos anteriores, o que dificulta tudo ainda mais.

Com um as coisas corriam relativamente bem. Alguma facilidade de aprendizagem, boa memória e muito pragmatismo (leia-se abordagem "já que é que para fazer, faça-se num instante") facilitavam tudo. Os resultados eram bons, apenas não excelentes porque faltava aquele "extra mile" de estudo. Não somos pais fundamentalistas, desde que estejam a ficar bem preparados e que tenham alguns hábitos de trabalho tudo tranquilo. Há que ter tempo para tudo, brincar e estudar. O importante é garantir que no dia em que seja mesmo necessário esse "extra mile" os resultados possam aparecer.

Com outro sempre tudo mais díficil. Pouca vontade aliada a muita insegurança faziam da hora do estudo uma dor. Dor para nós e para ele. Resultados sempre dificeis e muito, muito acompanhamento.

Este ano com o primeiro tudo se complicou. Alguma síndrome de pré-adolescência com aquele ar de "eu sei" têm tornado tudo mais complicado. Decidimos confiar nele para a primeira ronda de testes. Não o temos pressionado. Pensamos que os resultados não serão maus mas não serão animadores. Pensamos que pode servir de lição. Pode parecer calculista e frio, mas às vezes por muito que nos custe, eles têm que aprender por eles próprios. Hoje começou essa aprendizagem. Dói. A nós e a ele.

Com o segundo tudo se simplificou. Um clique qualquer e de repente os trabalhos aparecem feitos. Com alguns solavancos. Com muitas inseguranças. Com matéria anterior não bem trabalhada. Mas com boa vontade. Com algum esforço. Temos ajudado. Temos suportado. Muito reforço positivo. Alguma ansiedade com os resultados. Há que estudar mais, trabalhar mais, compensar. Não é fácil. É preciso aprender algumas coisas de novo. Ganhar carapaça para os resultados menos bons que ainda vêm antes dos bons que hão-de vir. Essa carapaça não é fácil. Exige uma aprendizagem para resistir à frustação. Hoje começou essa aprendizagem. Dói. A nós e a ele.

Raios...

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Um dos meus presentes para os G's nos seus 11 anos. É claro que vibraram mais com as biclas, mas gostava de fazer estes livros com eles. Dar-lhes algum gosto pela leitura e pela escrita. Aumentar o vocabulário (pelo menos de um) deles.

Gosto que eles gostem de desporto. É uma daquelas coisas que fica para a vida e que eu nunca tive, nem ninguém estimulou (outros tempos).

Mas às vezes gostava que fossem também um pouco mais nerds (ser rato de biblioteca não é assim tão mau, certo?).

Há vida para além do futebol. E os livros têm muita.

Gosto muito da ideia de eles terem amigos a dormir cá em casa. Por isso de vez em quando convidamos uns quantos. Eles adoram. Os miudos adoram.

Normalmente, também, a intensidade do meu gosto vai-se esbatendo à medida que as horas passam. Eles chegam, e quando temos 6, 8 ou 10 miudos cá em casa a falar alto, brincar com a bateria, deixar cair bolas de snooker ao chão, a jogar à bola começo a interrogar-me sobre, por que raios, me lembrei eu de os convidar. A todos. Tantos.

Esse sentimento cresce e só é apaziguado lá para a 1 da manhã quando finalmente começam a quinar de sono.

Às 7 da manhã o mesmo sentimento quase que regressa mas nessa altura acabo por estar mais concentrada em fazer um bom pequeno almoço (mãe, que é mãe, é sempre valorizada por fazer coisas boas na cozinha), arrumar os colchões do chão, tentar descobrir de forma subrepticia e bem disposta por que raios alguém se decidiu esconder dentro de 1 armário, porque estão meias sujas em cima das prateleiras dos brinquedos e afins. 

Entretanto começam os pais amigos a vir buscar os miúdos e eu sinto-me bem, feliz. Prova superada, crias super contentes, amigos a pensarem que eu sou super cool. Claro que daqui a uns dias já só me recordo das coisas boas. Até à próxima.

Fim de semana passado um dos rapazes participou num torneio internacional de futebol (Robin van Persie International Tournament).

Foi na 5feira para a Holanda (MassLuis, perto de Roterdão) com a equipa. Peito inchado, o maior, despediu-se no aeroporto a distância, muito crescido e sem o embaraço de grandes abraços a frente dos amigos. Virou-se para trás apenas quando lhe dissemos que faltava dar-lhe algum dinehiro para alguma coisa. Igualzinho ao resto dos amigos. 

Porque teimam em crescer tão depressa? Porque quisemos nós também crescer tão depressa?

Eu e o pai fomos lá ter no dia seguinte. Ficámos por Roterdão e apenas no dia do torneio, no Sábado, o vimos durante os jogos.

Gostei muito do torneio. Da organização, do fair play (apesar de alguns míudos já saberem fazer a falta certa no momento certo), mas acima de tudo do van Persie. Lindo e pouco vedeta. Simpático, acessível, andou por lá o dia todo, tirou fotos com todos, jogou uma peladinha com os vencedores. Fiquei impressionada... 

Enquanto eu salivava o marido ia-me alertando para a mulher dele que também andava por lá, certo?

Aqui fotos nas quais após a entrega dos prémios o van Persie se infiltra no grupo e pede a 1 desconhecido para lhe tirarem fotos com o seu tlm.

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Fantástico, não?

Ah... e o sporting ficou em 4 lugar, recebeu o prémio de melhor guarda-redes e o Gui marcou golos.

Em beleza!